Publicado em
12/8/2021
A agricultura brasileira, uma das mais competitivas do mundo, permite ao agricultor produzir de 2 a 3 safras por ano. Trata-se de uma agricultura tropical, onde a incidência de pragas e doenças é muito alta.
Nesse cenário, as lagartas têm se destacado como as principais pragas em várias culturas, isso pelo seu alto impacto na produtividade e dificuldade de manejo. Observa-se ainda que os inseticidas químicos, principal método de controle utilizado para manejá-las, têm perdido eficiência ano a ano, fazendo com que o agricultor tenha que aumentar o número de aplicações, doses e consequentemente seu custo de manejo.
O Manejo de Resistência a Inseticidas (MRI) é um dos componentes do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Engloba todos os esforços inter e multidisciplinares com o objetivo de prevenir, retardar ou reverter a evolução da resistência de pragas a pesticidas. Entre as estratégias do MRI podemos destacar:
- Manejo por moderação: Preservação dos indivíduos suscetíveis;
- Manejo por saturação: Produtos sinérgicos com o objetivo de reduzir as vantagens adaptativas dos indivíduos resistentes;
- Manejo por ataque múltiplo: Rotação de grupos de produtos, onde podemos inserir o vírus na rotação devido ao seu modo de ação exclusivo ou por meio da misturas de produtos, onde destaca-se a utilização conjunta em misturas de químicos com biológicos, como por exemplo nosso produto Cartugen. Nesse caso, os indivíduos resistentes que não morrem pela ação do químico podem morrer pela ação do vírus.
Entendendo os desafios em manejar pragas de forma eficiente e segura, o controle biológico se mostra como uma importante ferramenta para o agricultor. Dito isso, o uso de biológicos contribui para a evolução da resistência?
Essa é uma das dúvidas mais comuns do produtor ao trabalhar com os biológicos, justamente por conta de sua experiência com os defensivos químicos. Os biológicos possuem um modo de ação diferente. Como os baculovírus que, se usados da forma correta, contribuem para a longevidade de inseticidas e biotecnologias, agindo como “protetores”.
Em suma, os biológicos são eficientes, compatíveis e de fácil aplicação, sendo uma ótima ferramenta contra a evolução da resistência. Possuem compatibilidade variável com defensivos químicos, sendo os baculovírus um bom exemplo de alta compatibilidade com a maioria dos químicos. Além disso, é possível a integração dos químicos com os biológicos e demais ferramentas de manejo.